Desmatamento na Amazônia aumenta no primeiro semestre de 2025 depois de 2 anos em queda
11/07/2025
(Foto: Reprodução) O monitoramento da Amazônia feito pelo Inpe está completando dez anos pelo Deter, um sistema que emite alertas de desmatamento em tempo real. Depois de 2 anos em queda, desmatamento na Amazônia aumenta no 1º semestre de 2025
Depois de dois anos em queda, o desmatamento na Amazônia aumentou no primeiro semestre de 2025 e diminuiu no Cerrado.
O monitoramento da Amazônia feito pelo Inpe está completando dez anos pelo Deter, um sistema que emite alertas de desmatamento em tempo real. Considerando apenas o primeiro semestre de cada ano, dá para ver a evolução do desmatamento no maior bioma do país.
O pico ocorreu em 2022, com a devastação de 4 mil km². Caiu para menos da metade em 2024, mas agora cresceu 27%. Nos seis primeiros meses de 2025, a floresta perdeu 2 mil km², uma área equivalente a quase duas cidades do Rio de Janeiro.
O Inpe monitora separadamente o que são focos de incêndio do que é desmatamento. Mas como os incêndios têm sido tão frequentes e devastadores, um dado está interferindo no outro. O tempo seco e um planeta mais quente levaram a Amazônia a registrar mais de 140 mil focos de incêndio em 2024 - o número mais alto dos 16 anos anteriores.
"Como a gente teve essas condições climáticas de muita seca, o que acontece? A floresta fica muito suscetível a esses fogos. Então, ocorre uma queimada um ano, ocorre uma queimada no outro ano, então a floresta, aos poucos, vai perdendo, até que vai chegar o momento que ela vai ser detectada como ausência de floresta. Ela passa a ser só desmatamento”, diz Silvana Amaral, pesquisadora do Inpe.
Desmatamento na Amazônia aumenta no primeiro semestre de 2025 depois de 2 anos em queda
Reprodução/TV Globo
As análises do Inpe ajudam o Ministério do Meio Ambiente a direcionar os trabalhos de combate à degradação da Amazônia.
"Ano passado, a gente aprovou uma nova lei da política de manejo integrado do fogo e estamos desenvolvendo toda uma nova política para trabalhar com produtor rural, municípios, estados, para transformar o território brasileiro resiliente ao fogo. Fogo zero não existe. A gente precisa criar uma nova cultura de prevenção, preparação, combate, responsabilização e recuperação”, afirma André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Ao contrário da Amazônia, no Cerrado houve queda de 10% no desmatamento no primeiro semestre em comparação com o ano anterior.
"A gente passou a supervisionar o que estava acontecendo e trabalhar em parceria. Os estados passaram a ter mais critério na emissão das autorizações e passaram a fortalecer a fiscalização do desmatamento ilegal”, diz André Lima.
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